23.7.08

Entrevista

Por Marcela Heitor
Salgado/Sergipe

Vários motivos levam um universitário a participar do Projeto Rondon: a oportunidade de levar a campo os conhecimentos da graduação, a possibilidade de descobrir novas realidades, a vontade de explorar "brasis" desconhecidos. Mas o que leva um militar a escolher, como voluntário, o trabalho no Rondon? "Queria sair da rotina do quartel e conhecer melhor a região de Sergipe", conta o sargento Thiago Silvino, do 28 Batalhão dos Caçadores de Aracaju e, há uma semana, militar que acompanha a equipe de rondonistas da UnB em Salgado. Foi ele quem teve a sorte (ou o azar) de passar 15 dias de operação com uma equipe 100% feminina. Silvino falou sobre os problemas e as alegrias desse convívio intenso com oito mulheres, do que significa o Rondon para ele e de como avalia as atividades da equipe no município.

Como é a preparação para o Rondon dentro do quartel?
Silvino: Os militares que acompanham os rondonistas são voluntários. Um mês antes da viagem, os sargentos interessados se inscrevem para as operações, para trabalhar como "anjos". Depois de selecionados, viajam para conhecer os municípios que receberão as equipes e melhor orientar os rondonistas sobre as condições da região. A equipe mesmo, a gente conhece só no dia do embarque para a cidade do Rondon.

Como você imaginava que funcionava o Rondon antes de participar de uma operação?
Silvino: Essa é a primeira vez que trabalho com rondonistas. Antes, eu achava que o projeto se resumia a alunos de capitais conhecendo culturas diferentes, realidades da periferia. Hoje eu vejo que é algo que vai além disso. É um projeto em que universitários conhecem, de fato, outras culturas, mas também desenvolvem um trabalho social. E pra mim está sendo muito válido, não como militar, mas como pessoa. Cada povoado te ensina uma coisa.

Você trabalha com uma equipe de oito rondonistas. É um convívio muito diferente do quartel. Qual a principal diferença de trabalhar com homens e mulheres?
Silvino: Conviver com tanta mulher junta por 15 dias não é algo tão fora do comum assim. Mas tem diferença realmente. Papo de mulher é mais interessante que o dos homens. Elas falam demais, é verdade, mas geralmente tratam de assuntos diversos, não são tão previsíveis quanto as rodas masculinas.

E como avalia o trabalho das rondonistas em Salgado?
Silvino: As meninas estão fazendo ótimas oficinas. Cada uma é muito boa no que faz e, como são excelentes profissionais, fica bem mais fácil "cuidar" delas. Eu e as professoras estamos tendo pouco trabalho, porque a equipe já é muito disciplinada e engajada. Ainda bem, porque a população de Salgado é muito necessitada de todo tipo de instrução.

2 comentários:

Anônimo disse...

O Núcleo do Projeto Rondon da UnB parabeniza e agradece ao 9º integrante da equipe no município de Salgado pelo belo trabalho que realizou e realiza nas atividades do Projeto Rondon. Temos certeza que seu esforço e dedicação permitiu que o trabalho fosse concretizado com glórias e louvor, PARABÉNS SILVINO!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista! É bom conhecer o ponto de vista dos "anjos"...
beijos,
Ana Luiza Gomes